terça-feira, 26 de junho de 2012

O CALENDÁRIO COLIGNY

O Calendário de Coligny
Celebrações Lunares são comemorações feitas no primeiro dia da Lua Cheia de cada mês, durante todo o período do ano solar. A Lua Cheia foi venerada durante milênios por grupos de homens e mulheres, reunidos em bosques, montanhas ou clareiras. O principal objetivo das celebrações lunares é receber inspiração e sabedoria.
Para os celtas, o dia começava com a noite e terminava com o nascer do sol - exatamente ao contrário do que interpretamos nos dias atuais - pensavam eles que o sol derrotava a escuridão e encerrava o dia reinando no céu.
Um antigo calendário gaulês descoberto em Coligny na França, basicamente, um calendário lunisolar composto de 12 meses de 29 e 30 dias, com um mês extra a cada 2 anos e meio, mostrava como as fases da Lua eram observadas e, possivelmente, marcava quando os festivais celtas eram celebrados. Havendo referências ocasionais para as celebrações dos solstícios e dos equinócios. 
O Calendário de Coligny foi descoberto em novembro de 1897, por Monsieur Roux. Esta notável descoberta arqueológica foi feita em uma área ao norte de Coligny, próximo a Lyon na França, onde foram achados aproximadamente 153 fragmentos individuais, produzida por volta de 50 d.C., do que teria sido uma grande placa de bronze. Embora inscrita com letras e números romanos, possuía também uma escrita inicial da Gália, vagamente reconhecível, mas com uma evidente terminologia usada pelos antigos druidas, o gaulês, para identificar as diferentes fases da Lua e as festividades do ano. Os reconstrucionistas gauleses, geralmente, celebram os festivais baseados nele.

J.A. Macculloch, no livro "A Religião dos Antigos Celtas", afirma:

- "O visco e outras plantas mágicas eram abatidos em uma Lua Crescente, provavelmente, porque o seu poder seria maior."

- "Talvez o mais importante objeto na natureza para os celtas e para a maioria de povos primitivos era a Lua. As fases da Lua eram observadas pelos antigos, assim como os solstícios e os equinócios, formando um método fácil de medição do tempo."

Cada mês, alternadamente, continha 29 ou 30 dias, perfazendo um ano celta de 354 dias de duração. Além disso, no Calendário de Coligny, há dias considerados como sendo propícios para certas atividades e outros não. E conforme os fragmentos deste calendário, o mês foi dividido em duas partes: uma com luz correspondente à Lua Cheia e outra sem luz correspondente à Lua Nova, cada uma, em média, com duas semanas de duração. A divisão da fase mais escura para a fase mais luminosa era descrita pela palavra 'Atenoux', confirmando que a Lua Nova também fazia parte do calendário celta e, provavelmente, possuía um significado religioso.
"Alguns calendários antigos de origem céltica, como o Calendário de Coligny, indicam que o tempo era medido com base nos ciclos da lua e do sol, e que a lua nova representava o início de um mês, enquanto a lua cheia representava o meio do mês, o ápice. Essas duas fases lunares eram certamente celebradas ou ao menos observadas por, se não todos, a maioria dos povos celtas." Por Bellovesos Isarnos.
As celebrações lunares nos levam a uma época em que a Lua não era apenas um medidor de tempo, mas um processo contínuo e simultâneo de crescimento e renovação. Essas comemorações permaneceram intactas entre os Celtiberos (fusão dos povos celtas e dos povos iberos) e de outros povos do norte da Europa que, no momento da Lua Cheia, celebravam uma festa aos Deuses, dançando a noite toda em volta de uma grande pedra.
Embora a Lua Cheia dure, em média, sete dias, o ideal é celebramos no dia exato à sua entrada, pois ela, na verdade, começa a minguar nos dias seguintes.
Há também os eclipses... Os Celtas acreditavam que eles eram causados por um monstro que, ocasionalmente, atacava a Lua. Os eclipses solares ocorrem apenas durante a Lua Nova, já os lunares durante a Lua Cheia, podendo ser parciais ou totais, conforme o seu grau. Quando um eclipse finaliza seu processo, simboliza a transição de uma nova energia ou o início de um novo ciclo em nossas vidas.

Ao mergulharmos na noite escura da transformação, desvendando as nossas sombras, ou seja, os nossos medos, estaremos nos renovando plenamente, pois é nela que reside o poder de criar, destruir, curar e regenerar todos os ciclos naturais do homem.
Durante as celebrações de Lua Nova ou Lua Cheia, reverenciamos toda a força vital criativa, geradora, transformadora e mantenedora do Universo. Que assim seja!

"Infinito seja o caminho que, a cada etapa, mais belo se revela."

Rowena Arnehoy Seneween ®

Referências bibliográficas:

COLIGNY CALENDAR, Wikimedia Foundation, Inc. - Pesquisa: Wikipédia inglesa.
MACCULLOCH, J.A. - A Religião dos Antigos Celtas - Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.

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