sábado, 16 de junho de 2012

AS ORIGENS DA RELIGIÃO DA DEUSA




A cultura celta foi uma das mais importantes culturas que predominaram na Europa milhares de anos antes da ascensão e conquista de Roma. Os celtas surgiram na Europa Central em meados do II milênio AEC. e provavelmente se originaram dos povos indo-europeus do continente Asiático, na época do Bronze Tardio e espalharam-se pôr todo continente europeu a partir da Idade de Ferro.
Os primeiros relatos da existência dos Celtas na Inglaterra e Península Ibérica datam de 1000 AEC. Começaram a ocupar as margens do rio Danúbio e Sul da Alemanha à partir do ano 600AEC. O avanço das artes e da cultura céltica aconteceu na Suíça às margens do Rio Neuchâtel e em La Tène. A Partir daí entre os séculos III e V AEC. espalharam-se pôr toda Europa chegando à Turquia e Ásia Menor. Pesquisadores afirmam que os Celtas permaneceram na Irlanda até a época de Cronwell, mais ou menos no século XVII EC.
Apesar de terem se espalhado por longas distâncias e países diferentes, a cultura celta jamais se fragmentou, pois haviam forças maiores que os unia: a língua, a arte e a Religião.

A Religião dos celtas era o Druidismo, uma das religiões mais antigas do mundo. Na organização da sociedade celta, os Druidas exerciam um papel fundamental e de maior importância, já que eram os ministros da religiosidade, guardiões das tradições, cultura e da teologia. O Druidismo era uma religião politeísta e seus ritos sempre eram realizados ao ar livre, pois os Deuses jamais poderiam ser reverenciados em templos feitos pelas mãos humanas e assim a natureza era reverenciada como a única forma de atingir a essência das Divindades.
A raiz filosófica-espiritual dos Celtas era baseada na reverência à duas Grandes Divindades: a Grande Deusa Mãe e o Deus Cornífero, chamados de Ceridwen e Cernunos.
Essas duas Grandes Divindades garantiam a prosperidade da descendência, da agricultura, do gado e o sucesso na guerra. O calendário céltico tinha uma estreita relação com a agricultura e os ciclos sazonais da natureza. O Druidismo ou a Religião céltica pode ser exprimida como o culto à Grande Deusa Mãe, a própria natureza, em todas as suas manifestações.
Os Druidas ensinavam sobre a arte da agricultura, da cura com ervas, da caça entre outras coisas. Realizavam as festas ritualísticas em homenagem as Divindades, além de iniciarem as pessoas nos preceitos da arte da Magia.

A iniciação nos mistérios druídicos durava em média 20 anos e os ensinamentos eram transmitidos oralmente, pois temiam que a palavra escrita pudesse se tornar veículo de Magia incontrolável. Eram versados na adivinhação, onde utilizavam bastões oculares chamados de coelbren para predizer o futuro.

A classe sacerdotal era dividida entre homens e mulheres, mais a sociedade era extremamente matriarcal. Originalmente o sacerdócio era totalmente feminino. As Druidesas eram divididas em 3 classes: a primeira vivia enclausurada para alimentar o constante fogo da Deusa BRIGIT. As outras 2 classes se casavam e eram as principais participantes nos rituais sagrados.
A raiz filosófica-espiritual dos celtas era baseada na reverência à GRANDE DEUSA MÃE e ao DEUS CORNÍFERO. Os pagãos diziam que o Universo foi criado à partir do corpo e da mente da Grande Deusa. Ela é o princípio que simboliza a fecundação e a criação, Mãe de todos os Deuses. Seu filho e consorte, o Deus Cornífero, representa a fertilização.
No final da IDADE DE BRONZE, que data de 5000 AEC. à 2000 AEC., encontramos muitos indícios de culto à Deusa Mãe. Pesquisas arqueológicas trouxeram à tona diversas obras de arte, das mais antigas, que são representações humanas do arquétipo da mãe. Estas descobertas se estendem pôr toda Europa, África, Escandinávia e diversas outras localidades. Estatuetas femininas esculpidas em osso, marfim, barro, argila e pedra representando mulheres nuas com longos cabelos, grandes ventres e seios, sempre foram encontradas nas proximidades de lugares sagrados e em sepulturas, significando algo sagrado e de simbologia religiosa.
Foram encontrados também alguns objetos ritualísticos com desenhos da Deusa, que pela data constatada através de testes com carbono 14, datam de 500.000AEC., o que seria no paleolítico inferior.


A adoração a Cernunos, filho e consorte da Deusa, também era muito difundida na Europa. Foram encontradas diversas estátuas na Suécia e em Mohenjo Daro, no vale Indo, com representações do Deus Cornífero com galhos de cervo e cercado pôr diversos animais.
Os homens primitivos, nossos ancestrais, sempre consideraram que o poder divino que presidia a criação era feminino e não masculino, como o cristianismo impôs ao mundo. Torna-se evidente que as crenças religiosas centrais da Europa envolvia a adoração da Grande Deusa Mãe(a Terra e a Lua) e ao Deus Cornífero(o Sol).
Com o advento do século XXI e consequentemente da Era de Aquário, todos estes velhos conceitos estão voltando à tona e ressurge em todo mundo com uma força brutal as crenças e todo o poder da Magia dos antigos Celtas. A Bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000 anos de exclusão e "desaparecimento" ressurgiu nos idos de 1940 sob o nome de WICCA, como muitos usam hoje quando se referem às crenças e práticas de origem "pagãs".

Auto Iniciação


               "Saudações,
Perguntaram minha opinião sobre a validade ou não da Auto Iniciação em relação a Iniciação formal. Este assunto é polemico mas para mim, tenho bem clara uma opinião a respeito.
Falando primeiro de Iniciação, devemos lembrar que ela não é um fim em si, sendo que a própria palavra nos remete à idéia de começo. Começar algo... Iniciar um trilhar de Caminho.
No meu caso particular, conheci a Wicca garoto pelos Mistérios dos Caminhos, ou seja, não fui a ela, ela veio a mim através de uma mulher que conheci em um curso de tarot que fazia na época.

Fui apresentado a sua comunidade e com eles rodei 3 Rodas, fiz muitas perguntas, tive muitas respostas, muito aprendi ouvindo meu próprio espírito, enfim, após 3 anos de convivência, fui Iniciado em cerimônia formal naquela comunidade.
E digo, a importância de uma Iniciação coletiva é o encanto do momento, é a Magia que marca aquele seu instante de vida.
Os aromas, os óleos, o rito em si, a transmissão de linhagem que te coloca em uma linha sucessória direta te ligando a Gardner, o saber que voce está assumindo um Sacerdócio e consequentemente se comprometendo em manter viva a crença dos Antigos, a chama do Craft.
Tudo isto é marcante, é transformador, te faz morrer e renascer para uma nova forma de olhar a vida... te faz mergulhar dentro de si e emergir para um caminhar com o olhar da Magia...

Mas digo, embora seja um momento forte e que marca a sua vida, neste caso narrado, marcou a minha vida, isto não me faz ser melhor do que ninguém.
Principalmente, por ser um início de um Caminho que pode ser desviado, interrompido, mal trilhado...
A Sabedoria é aplicar a sua vida o que sabes e não lançar seu conhecimento aos 7 ventos sem aplica-lo em sua vida.
E eu digo, viver não é fácil e por vezes, nossa fé é abalada, problemas externos, do dia a dia podem nos fazer perder o rumo, escolhas erradas fazer nossa vida virar de cabeça para baixo, enfim....
Tendo esta consciência, quem sou eu para falar de validade ou não de uma auto iniciação, que nada mais é do que uma pessoa de fé e que solitariamente traça seu compromisso diretamente com o Divino. Um auto iniciado pode inclusive ser mais sincero, ter mais fé, ter uma maturidade espiritual maior do que um Iniciado, pois embora o Iniciado tenha chegado àquele momento de vida no auge de sua plenitude espiritual, a vida segue com suas armadilhas e ele pode não ter capacidade de manter o equilíbrio e a sintonia com o Divino... se manter imerso no Todo.
Creio que o auto iniciado deva sim, buscar um Círculo, um Coven, uma Comunidade, enfim... um grupo onde possa se inserir, ser formalmente iniciado depois de algum tempo de convivio e aprendizado do modus operandis daquele grupo e repartir assim com irmãos os frutos de sua fé, mas, se por acaso, pelos fatores mais diversos, ele não encontrar um grupo com qual se identifique, não será ele mais ou menos pagão do que ninguém.
O auto iniciado tem sua forma própria de viver sua religiosidade, sua fé e viver a fé é o que importa, pois é através desta que se mantem viva a chama da crença dos Antigos e principalmente, nossa plenitude espiritual. Eu mesmo ao por em prática a Tradição Filosófica, busquei dividir o que sabia e aprender e construir junto com outras pessoas, uma forma de prática espiritual nova, mais voltada para a nossa realidade e consequentemente, uma nova Égregora a partir da Égregora formada a partir de Gardner e consequentemente, se ligando à Egrégora dos Antigos. E saiba, ninguém aprendeu mais neste processo do que eu, embora fosse eu que conduzisse o Projeto. Foram meses de luta contra a Sombra e nossos mais perversos fantasmas para ao fim, mais uma vez eu mergulhar dentro de mim e renascer renovado.
O poder criativo do homem valida todo modus operandis novo ao qual chamo de Senda e popularmente de Tradição. Não é diferente com um auto iniciado, que cria seu próprio modo de viver sua fé e se ligar ao Divino. Claro, que os pobres de espíritos e místicos de ocasião argumentam contrarios a validade destes processos de auto iniciação, mas cá entre nós, não devemos dar ouvidos aos que colocam burocracias e formalidades, acima da fé pessoal, do desejo de se entregar a uma crença, da sinceridade da alma alheia....
São estes pobres de espírito que povoam os espaços virtuais esotéricos e que mistificam mais que explicam e que distribuem certificados e carteiras de bruxos por aí, pois acreditam mais em um pedaço de papel do que na fé, pois desconhecem a Arte e não exercem o Ofício apenas, atendem seus anseios egóicos. O importante é a sua sinceridade para consigo mesmo e com sua fé. Fé esta que aliada à Sabedoria (Arte) e aplicada à sua vida para seu bem e do próximo (Ofício), representa o verdadeiro sentido da religiosidade, o verdadeiro valor do Craft, a plenitude sacerdotal.
Bem mas esta é apenas a minha opinião...
Abençoada Seja e Esteja nossa Arte e Ofício
Fernando Martins
Organizador Local RJ da Pagan Federation International
http://www.paganfederation.org
http://www.sam.paganfederation.org

http://www.wiccanweb.cjb.net"

Texto recebido de uma lista na internet

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